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Documento divulgado pela Associação Americana do Coração declara taxativamente que ter um bicho de estimação, especialmente um cão, reduz a probabilidade de sofrer ataque cardíaco. “Na última década, travamos conhecimento de diversos estudos associando os pets a um menor risco cardiovascular”, declara o cardiologista Glenn Levin, autor da revisão científica que fundamenta a revista. Um trabalho realizado na Austrália analisou 5.741pessoas e detectou que os donos de animais apresentam níveis de pressão arterial e gorduras no sangue significativamente mais baixos do que os sujeitos sem bichinhos em casa.
Apenas o fato de brincar e passear (no mínimo meia hora por dia, cinco vezes por semana) com o pet já torna as pessoas 70% mais propensas a bater a meta recomendada de exercícios. E isso não é tudo.
A convivência com os pets afasta a solidão, reduz a tensão e injeta felicidade. Bastam 20 minutos de interação para uma cascata de neurotransmissores e hormônios inundar nosso corpo. Testes realizados registram aumento na liberação de dopamina e endorfina (prazer), ocitocina (afeto) e feniletilamina (um antidepressivo natural).
A Universidade de Miami realizou um questionário para analisar minuciosamente a personalidade, o comportamento e os hábitos de 217 pessoas. O interessante é que as respostas foram analisadas pelo seguinte critério: ser dono ou não de um pet. Os donos de bichinhos possuíam autoestima mais elevada e lidavam melhor com as preocupações do cotidiano.
Em Brasília, o geriatra Renato Guimarães, da Universidade de Brasília, iniciou há mais de uma década um projeto pioneiro com cães e portadores de Alzheimer. “O contato com o animal ajuda a recuperar sentimentos esquecidos”. É um treinamento cognitivo movido a afagos e lambidas.
Os bichos ganharam o acesso a hospitais de forma mais ampla. A entidade Albert Einstein, em São Paulo, já autoriza a visita de animais de estimação aos seus donos internados após autorização do médico e avaliação prévia do pet. O hospital diz que a iniciativa tem contribuído para reduzir o tempo de internação dos pacientes.
Pesquisas do Instituto de Psicologia da USP revelam que crianças autistas, com dificuldade de integração social, apresentam melhoras em aspectos comportamentais e comunicativos com a terapia assistida por cães. A neurocientista Patrícia Lima Munoz conduziu e filmou dez sessões desse tipo. Em uma delas, uma menina ficava o tempo todo no canto da sala, voltada para a parede e fazendo movimentos repetitivos como debulhar o cabelo e se balançar. Na primeira vez que o cachorro entrou no recinto, sentou-se e ali permaneceu. Na segunda consulta, o bicho arriscou uma aproximação e passou a acompanhar a garota no seu balanço. Na última a menina saiu do cantinho e brincou com o novo amigo. “É incrível como os cães parecem saber exatamente como agir”, nota Patrícia.
Surpreendente, certo? Mas você não precisa sair correndo e adquirir o primeiro bichinho que aparecer. Analise qual tipo de pet se adapta melhor ao seu estilo de vida. Estude e escolha com carinho o seu novo animalzinho, aquele que vai aumentar a sua felicidade e fazer um bem enorme ao seu coração, em todos os sentidos.
Fonte: Revista Saúde (com adaptações),